Iracema, uma transa amazônica (1975)

FICHA TÉCNICA

Título: Iracema, Uma Transa Amazônica
Gênero: Drama
Duração: 91 minutos
Lançamento: 1976 / 1981
País: Brasil, Alemanha Ocidental, França
Música: Geraldo Vandré
Roteiro: Jorge Bodanzky e Hermano Penna 
Direção: Jorge Bodanzky e Orlando Senna. 
Elenco: Paulo César Peréio, Edna de Cássia, Lúcio dos Santos, Fernando Neves...

Baseado na obra homônima de Joaquim Manuel de Macedo.

DEBATEDOR: Prof. César Augusto de Oliveira


Sinopse:
O filme é na realidade um auto-retrato da população que vive junto à Rodovia Transamazônica, recém construída. Retrata realisticamente  os problemas da região. A história, narrada em estilo semidocumental, segue a trajetória de Iracema, uma menina do interior do Pará, que vai a Belém com a família para pagar promessa na festa do Sírio Nazaré. O novo meio e as companhias que encontra a levam à prostituição. Num cabaré conhece um motorista de caminhão apelidado Tião "Brasil Grande", negociante de madeira. Influenciada pelas outras prostitutas ela quer ir para os grandes centros ( São Paulo e Rio) e pega carona com o Tião.
O caminhoneiro fala sempre da sua confiança no progresso do Brasil e de quão bem a construção da rodovia em plena floresta ajudará a isso acontecer. Seu caminhão tem o famoso adesivo "Brasil, ame-o ou deixe-o" (popularizado pelo regime militar da época) no pára-brisa e no pára-choques está escrito "Do destino ninguém foge". Contrastando com esse otimismo, aparecem as paisagens do desmatamento, queimadas e devastação da floresta pela janela do caminhão. As pessoas com quem Tião conversa reclamam dos grileiros que tomam as terras dos pobres. Numa das cenas do filme, Iracema , ao ser levada para uma fazenda no interior da mata, presencia uma negociação de mão-de-obra envolvendo um sitiante e um agenciador (“gato”). 
O excelente, e já clássico, filme de Jorge Bodanzky denuncia sem trégua a grilagem de terras, o desmatamento, as queimadas, a prostituição e miséria que – longe das promessas de desenvolvimento para a região - acompanham a construção da Transmazônica. Por contrariar a propaganda governamental da época, sua exibição no Brasil foi proibida e somente pode ser exibido em 1981. (Outros filmes de Bodansky, clique aqui)
   

AGÊNCIA NACIONAL (1970) Inauguração das obras da rodovia, com as presenças do presidente Médici e do ministro dos transportes Mário Adreazza com aspectos da região amazônica. A rodovia transamazônica foi sem dúvida a mais polêmica do regime militar. As intenções eram ótimas mas os resultados catastróficos.



SOBRE A EXIBIÇÃO DO FILME
  • A produção foi uma encomenda para a televisão alemã e realizada em 1974, mas a censura da ditadura militar proibiu sua exibição no país por muitos anos, alegando que era uma produção estrangeira; O filme contrariava a propaganda oficial, que dizia que a rodovia levaria o progresso à região. O filme foi exibido em diversos países da Europa durante os anos em que esteve proibido no Brasil pela censura e, clandestinamente no Brasil, em 1978, numa mostra de filmes proibidos em Minas Gerais

  • Foi lançado em circuito comercial no Brasil no dia 30 de março de 1981, no cinema Caruso, no Rio de Janeiro, e no Cinema1, em Niterói.

FONTES CONSULTADAS:


RESENHAS do filme:                     


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FONTE: Inst. de Proteção Ambiental do Amazonas
http://www.ipaam.am.gov.br/ - IPAAM