O Cineclube SocioAmbiental Campos objetiva problematizar junto à sociedade, através da exibição e análise crítica de filmes e documentários, temáticas que abordam os impactos sociais e ambientais negativos do atual modelo de desenvolvimento como, por exemplo, os
causados pelos 'grandes projetos de infra-estrutura', assim como por outras atividades econômicas associadas à “promoção do desenvolvimento”.
"Cruzando o Deserto Verde" é um documentário de 56 minutos, lançado pela Fase, que teve repercussão nacional e internacional, tendo sido exibido em vários países da Europa, como Bélgica e Inglaterra. Nele, é narrada a vida das pequenas populações que habitam as regiões onde a cultura ribeirinha foi substituída pela monocultura do eucalipto. Ao todo foram 17 horas de material gravado e mais 100 horas de arquivos pesquisados pela equipe de filmagem, que percorreu as regiões localizadas entre o município de Aracruz e Eunápolis, na Bahia. Através de uma série de depoimentos de líderes religiosos, sindicais e comunitários, e de índios e quilombolas, o documentário mostra os crimes sócio-ambientais cometidos pela Aracruz Celulose durante os trinta anos de atuação no Estado, conforme ressaltou Ricardo Sá. Além de criar um banco de dados para futuras pesquisas sobre o assunto, o filme pretende sensibilizar a sociedade, mostrando o sentimento dessas pessoas, e atentar para os problemas ocasionados pelos extensos plantio de eucalipto. Os plantios dessa espécie exigem intensas aplicações de agrotóxicos, que contaminam o meio ambiente e colocam em risco a saúde humana.
A produção foi feita pela Rede Alerta contra o Deserto Verde, que reúne 70 entidades nacionais e internacionais, entre elas a Fase, a maior ong do Brasil, que tem filial em Vitória. 54':50".